segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Drum-enagem: Dia do Sexo (parte 1)

Hoje é Dia do Sexo (seis de setembro... 06/09... sacaram?). Aproveitando a data, o GMSD mostra dois textos relativos - direta ou indiretamente - ao tema.

O primeiro deles foi originalmente publicado na revista Veja da semana de 11 de junho de 2008 e fala sobre o último álbum de Al Green, representante da vertente sex-usable da música negra estadunidense, junto a Barry White e Marvin Gaye.

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DO JEITO QUE O DIABO GOSTA

Com seu novo disco, Lay It Down, o pastor Al Green volta aos temas libidinosos



Recentemente, o pastor Al Green, de 62 anos, pregava na igreja Full Gospel Tabernacle, em Memphis, Estados Unidos. Momentos depois de descer do púlpito, foi abordado por um casal de meia-idade, que afirmou que ele era o responsável por sua felicidade conjugal. Mas o sermão de Green não tinha nada a ver com matrimônio. Marido e mulher haviam sido influenciados pelo romantismo de Let’s Stay Together e Love and Happiness, músicas gravadas por Al Green na década de 70 e que lhe renderam o apelido de "fazedor de bebês". "Não sei como nunca conheci alguém chamado Let’s Stay Together da Silva", disse Green em entrevista a VEJA, na semana passada. Ele está lançando Lay it Down, seu melhor disco de canções "profanas" em muitos anos.

Na música negra americana existe uma curiosa simbiose entre sexo e religião. Grandes artistas do gênero surgiram em igrejas, cantando para o Senhor. Com o tempo, descobriram que a mesma voz que arrebanhava fiéis podia conquistar fãs. O caso mais emblemático foi o de Sam Cooke, ex-artista gospel que se tornou ícone da soul music no fim da década de 50. Seu pioneirismo não se restringiu ao modo de cantar. Sua atitude no palco, entre o romântico e o libidinoso, também foi copiada pelos artistas de gerações posteriores. Mas existe um elemento trágico na trajetória desses artistas: Cooke foi assassinado em 1964, num mal explicado caso de estupro. Marvin Gaye, que era filho de um pastor, transformou-se num artista amargo e viciado em drogas. Em 1984, foi morto a tiros pelo pai.

Nascido no estado de Arkansas, em 1946, Green começou a carreira animando cultos. Nos anos 70, tornou-se um dos artistas mais bem-sucedidos da história da música negra. Os vocais em falsete e as letras eróticas foram marcas registradas desse período. Em 1974, uma ex-namorada jogou uma panela de mingau fervente em suas costas e matou-se logo em seguida. Green relatou o episódio em sua autobiografia. "Eu passava as mãos pelas costas e arrancava pedaços de pele. Foi uma dor indescritível", escreveu. Para Green, o acidente foi um sinal divino. Ele comprou uma igreja na cidade de Memphis e aos poucos se afastou do showbiz.

A volta aos palcos, segundo Green, também se deu por vontade de Deus. Diz ele: "Se posso falar do amor que sinto por Ele em minhas canções, por que não haveria de cantar o amor entre um homem e uma mulher?". Por mais que careça de boas letras – nos versos, a palavra life (vida) sempre rima com wife (esposa) –, o disco é uma bela visita à soul music do passado. Os duetos com Corinne Bailey Rae (em Take Your Time) e Anthony Hamilton (em You’ve Got the Love I Need) provam que Green é uma influência para a nova geração da música negra. "O disco vai unir novos casais e criar novos bebês", diz o cantor. "E quem sabe se em breve não teremos um Lay it Down da Silva?".

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Ficou curioso(a) para conhecer as músicas citadas no texto? E só ouvir abaixo.





A tracklist completa e mais informações sobre o álbum Lay it Down se encontram aqui.

Bom sexo com trilha sonora a todos. Contenha ela Al Green ou não.

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