sábado, 7 de agosto de 2010

Mangando de nós

Qualquer pessoa que goste de usar a Internet sabe que filmes, seriados de TV e revistas em quadrinhos, tanto atuais quanto antigas, estão disponíveis para serem baixados (ilegalmente, mas who cares?), seja em Torrent ou por download direto em serviços de hospedagem. Com os animes (desenhos animados japoneses) e mangás (histórias em quadrinhos japonesas) não é diferente.

Há uns 2 ou 3 anos, descobri que, no caso das HQs e dos mangás, há uma outra forma de disponibilização: Os sites de leitura online. É bem simples: Você entra no site, escolhe a revista que quer ler e aproveita. Simples como 2 e 2 são 4.

O grande problema desses sites é que, como qualquer um que disponibilize conteúdo ilegal, sempre estão suscetíveis a serem fechados por livre e espontânea coação das empresas que detêm os direitos autorais sobre o que é publicado. E foi isso o que aconteceu essa semana ao OneManga, um dos maiores repositórios online de mangás.

Como era de se esperar, os frequentadores assíduos do site foram pegos de surpresa com a notícia. Eu era um deles: Lia Bleach toda semana e estava devendo há um tempo o término da leitura de Jojo's Bizarre Adventure e Hentai Kamen - que, apesar do nome, não tem nada a ver com as famosas putarias desenhísticas nipônicas.

O negócio é o seguinte: 19 não são 20 Com essa cortada de onda a golpes de katana, os leitores de mangás clássicos e underground que encontravam sua salvaguarda em sites como esse terão que procurar desenfreadamente por sites de scanlators (junção de "scan" com "translators"; palavra usada para designar os tradutores de páginas escaneadas das edições japas dos mangás) ou por outras fontes que os permitam obter o conteúdo. Como os baixadores fanáticos - eu incluso - bem sabem, isso pode ser extremamente trabalhoso.

Mas vejam bem: 99 não são 100 Não concordam que as grandes editoras, que se uniram contra os repositórios, se dariam bem melhor caso disponibilizassem o conteúdo de seus mangás com tradução oficial para o inglês, mediante uma pequena cobrança? O Balard, do blog O Mestre e a Pinguim (um salve a ele e à Rayana, um casal gente boníssima que toca o site), fez um excelente texto que fala melhor sobre esse e outros pontos de vista, ilustrando bem minha opinião sobre o assunto e mostrando pontos sobre os quais eu não havia pensado antes. Vale a leitura.

E, enquanto isso, os chefões das editoras executam a ação descrita logo abaixo...



OBS: Apesar de o texto estar centrado no fim dos repositórios online de mangás, a crítica é estendida para todas as empresas que combatem a divulgação ilegal de conteúdos a elas pertencentes sem compensar tal ato com medidas de facilitação oficial para o acesso aos mesmos. Por exemplo: Você, homem heterossexual que adora ver naked women photos na Internet, não ficaria indignado caso as editoras da Playboy, da Sexy e de outras revistas do ramo se unissem contra a divulgação de suas fotos Internet afora e conseguissem o objetivo de fechar todos os sites do ramo? Pois é.

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